domingo, 29 de janeiro de 2012

FAZENDO AS CONTAS DA VERTICALIZAÇÃO


A forma didática de cálculo dos impactos causados pela verticalização, apresentada pelo arquiteto Sérgio Gollnick neste artigo, postado no blog do articulista e paisagista Jordi Castan(http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2011/04/fazendo-as-contas-da-verticalizacao.html),  acendem a luz vermelha em várias Ruas e artérias do Bairro Santo Antônio.
 
Você, morador da Rua Prudente de Moraes, Marcílio Dias, Guia Lopes e Dona Francisca, sabia que um condomínio com 600 pessoas é capaz de:
 
a)consumir 72.000 litros de água potável por dia;
b) gerar 72.000 litros de efluentes(esgoto sanitário) por dia;
c) produzir 320 kg de lixo( resíduos) por dia;
d) gerar o tráfico veicular de 811 viagens num único dia;
e)estabelecer uma  taxa impermeabilização do solo corresponde e 25% da área construída(índice que classifica a absorção de água pelo solo e cálculo a estimativa de alagamentos, enchentes, de acordo com as linhas de drenagem e condições geográficas naturais);
 
Agora façam uma estimativa multiplicando mentalmente pelo número de condomínios com este porte numa única Rua.
 
Lembramos que na Rua prudente de Moraes tem 20(vinte) condomínios entre construídos e em construção e, na Rua Guia Lopes temos um único Condomínio com previsão de contingente populacional de 1500 pessoas até o final de 2013.
 
Enquanto o Poder Executivo libera álvaras e licenças para construção em nosso Bairro sem investir um único centavo em infra-estrutura urbana e em obras de drenagem  em áreas reconhecidamente alagáveis, pensem e reflitam onde nós chegaremos com esta total falta de planejamento das autoridades e de seus órgãos.
 
Somos responsáveis não só pelo que fazemos, mas pelo que deixamos acontecer à nossa volta
 

Prédio Residencial
Terreno: 2.000 m2
Área Pavto Tipo: 750 m2 (37,5% de ocupação da torre)
Total Construído: 6.500 m2 (garagens e térreo

– 86% de ocupação do terreno) + 19.500 m2 (pavimentos tipo) = 26.000 m2 (25% de área para permeabilidade)
Unidades por Pvto. 6 UH (+ 125 m2 área total por unidade

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A LOCOMOTIVA DA LOT-LEI DE ORDENAMENTO TERRITORIAL

Está escrito no Jornal A NOTÍCIA, edição 24.01.2012, para quem quiser ler. Os corredores viários, inicialmente previstos na Nova Lei de Ordenamento Territorial- LOT, fruto da criatividade dos comissários do IPPUJ, sofreram acréscimo.

Nossos ilustres representantes estabeleceram outros eixos viários, contemplando bairros como Aventureiro, Vila Nova, Espinheiros, Boa Vista, São Marcos e Glória

Nunca antes na história de Joinville se viu um retrocesso de conformação de uso do solo urbano, como a Lei de Ordenamento Territorial em vias de aprovação.

O ímpeto dos trabalhos na Câmara de Vereadores e a velocidade em aprovar a Nova Lei de Ordenamento Territorial-LOT e respectivas emendas na sessão extraordinária no dia 31.01.2012, são absolutamente avassaladores.

Suas excelências estão trabalhando como uma locomotiva a todo vapor, apresentando emendas ao projeto de lei sem, no entanto, realizar audiências públicas, esquecendo-se da obrigação constitucional prevista no art. 182 da CFRB/1988, no Estatuto das Cidades-Lei Federal 10257-2001 e na Lei Complementar 261-2008, que devem explicações à sociedade, a participação cívica denominada de gestão democrática das cidades

Vamos traduzir: Você, morador numa raio de 100 metros do eixo viário, vai ter que conviver com instalação de indústrias “limpas” numa distância de 200 metros da sua casa e com a verticalização de condomínios, porque alguns edis se valem do discurso fácil, alegando que o modelo da LOT visa “aproximar as pessoas do trabalho”.

Perguntamos: Por acaso se tem notícia que alguma indústria de porte como a Whillpoor, a Fundição Tupy, Wetzel e Multibrás estão pensando em modificar suas respectivas sedes para se localizarem “ próximo aos seus colaboradores”? Olhem em volta de suas casas, nas suas ruas e nos seus Bairros. Imaginem indústrias, distribuidoras, transportadoras e por aí afora. Indústrias necessitam de logística, de sinergia e rapidez para transportar seus produtos e receber a matéria prima. Necessitam de espaço físico para crescimento, instalações adequadas e ergonométricas que atendam as exigências do Ministério do Trabalho e a Legislação Ambiental.

Opa, aí é que está a chave de toda a sabedoria: Se não der indústria, será ótimo para o setor imobiliário e investidores.

No Santo Antônio teremos 04 eixos viários, Prudente de Moraes, Dona Francisca, Almirante Jaceguai e Av.Santos Dumont. Vamos enumerar as Ruas que vão sofrer diretamente os impactos com estes eixos viários: Rua Guilherme Koch, Ricardo Landmann,Marcílio Dias, Vênus, Marte, Felix Eizelmann, Guia Lopes, General Polidoro, Catanduvas, Visconde de Mauá, Ernesto Ravache, Caixa da Agua, João Ravache, Carlos Eberhardt, Alexandere Humboldt, Carlos Willy Boehm, Rua Iguaçu, Fredeirico Eick, Professor Ludwig Freitag, Guilherme Lemke. Faltou alguma Rua ou alguém tem dúvida que vão fatiar o Santo Antônio?

Se você é morador destas ruas, restam duas opções: silenciar e aceitar a Nova Lei de Ordenamento Territorial- LOT como está e daqui a alguns anos, eventualmente, ter que vender seu imóvel para investidores, ou juntar-se a nós, para tentar aprofundar a discussão deste projeto mais alguns meses no parlamento municipal. Mas não se iludam, o Poder Executivo está, nos bastidores, colocando lenha nesta fornalha. Quer liquidar a fatura logo.

Até a comunidade do Bairro Atiradores que trabalhou um ano para obter uma emenda diminuindo a verticalização, de 08 para 04 andares, está usando um nariz vermelho. A emenda permitindo gabaritos de 08 andares está lá, contrariando a vontade popular, independente da realização de inúmeras audiências públicas ao longo de 2011.

Estamos em pleno ano eleitoral e vamos registrar cada voto no dia 31 de Janeiro e, quando ingressarmos na cabine eleitoral no segundo domingo de outubro, daremos o troco àqueles que votaram contra a Cidade de Joinville.Somos responsáveis não só pelo que fazemos, mas pelo deixamos acontecer à nossa volta

sábado, 21 de janeiro de 2012

O BINÁRIO DA DISCÓRDIA

A implantação do binário na Santos Dumont está rendendo. Desde o ano passado, estamos acompanhando na imprensa o embate entre argumentos favoráveis e contrários a cada uma das entidades envolvidas. De um lado, os comerciantes e prestadores de serviços da Rua Tenente Antônio João, do Bairro Bom Retiro, defendendo o projeto original, sentido Centro-Bairro-de ida- e o sentido Bairro-Centro, pela Avenida Santos Dumont- de volta. Já a Associação dos Lojistas e alguns comerciantes da Avenida Santos Dumont sustentam o sentido inverso, mantendo o fluxo como está.



Neste debate, esqueceram-se os protagonistas que a Avenida Santos Dumont representa a divisa geográfica com o Bairro Santo Antônio e, portanto, comerciantes e moradores do Bairro Santo Antônio também têm interesse em serem ouvidos nesta discussão democrática, porque utilizam diariamente esta via de rolamento, cuja mudança irá impactar, seja para melhor ou para pior.
Acreditamos que a celeuma seria resolvida com a realização de uma audiência pública.
Ambas as partes apresentariam seus argumentos técnicos e econômicos prós e contra. A decisão, em benefício da coletividade e visando o interesse público, teria que se sobrepor aos ímpetos e anseios individuais.
Nós, moradores do Santo Antônio, sem sombra de dúvidas, se formos chamados a opinar neste processo, iremos nos manifestar pela manutenção do sentido da Avenida Santos Dumont, sentido Centro-Bairro, praticamente como está.
Não porque não nos solidarizamos com os nossos vizinhos do Bom Retiro, mas porque, a Avenida Santos Dumont está prevista como sendo um futuro corredor viário e, além disso, entidades já cogitam a estadualização, desapropriação e duplicação desta importante artéria viária.
Outro ponto de destaque que deve ser levado em consideração, reside na utilização do sentido da Av. Santos Dumont do jeito que está para os trabalhadores do Distrito Industrial e a circulação de veículos em direção ao campus da UNIVILLE e da UDESC, por professores, funcionários, estudantes e universitários. Se for adotado o sentido inverso, este fluxo de centenas de dezenas de pessoas e veículos certamente vai acarretar na exaustão da circulação na zona industrial, na Dona Francisca, causando engarrafamentos na Tenente Antônio João, fato gerador de trânsito em vias secundárias e proximos à residências.
Portanto, não faz sentido inverter o sentido do fluxo dos veículos como desejam nossos vizinhos do Bom Retiro na Avenida Santos Dumont. Temos que levar em consideração que região Norte de Joinville, incluindo o Santo Antônio, Costa e Silva e Bom Retiro, serão os bairros contemplados com inegável crescimento, desenvolvimento e verticalização, nos próximos 05 anos.
Embora nossa bandeira seja a defesa da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável, o adensamento populacional será inevitável na região Norte e, com ele, teremos mais moradores e desenvolvimento econômico para toda a região, incluindo o comércio da Rua Tenente Antônio João.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

UMA IMAGEM VALE POR MIL PALAVRAS

Do blog Comentários e Opiniões de Joinville, do paisagista e articulista Jordi Castan, colhemos a charge abaixo 


Estes serão os efeitos da Lei de Ordenamento Territorial-LOT para nós moradores do Bairro Santo Antônio com a criação de 04(quatro) eixos viários privilegiando o adensamento vertical no raio de 100 metros, contados do meio das Ruas Prudente de Moraes, Almirante Jaceguai, Dona Francisca e Av. Santos Dumont, a ser votada na Câmara de Vereadores, no dia 31.01.2012.

Vão fatiar o Bairro transformando-o num imenso corredor de veículos, ao lado de condomínios verticais, sem falar na modificação dos usos  do solo nestas vias de rolamento, predominantemente residenciais(ZR5 e ZCD2), permitindo a instalação de depósitos de atacadistas e inúmeras atividades que hoje são proibidas pela atual Legislação, a LC 312-2010


UMA IMAGEM VALE POR MIL PALAVRAS



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A ROTA DE FUGA DAS ÁGUAS

Ao lermos hoje a coluna do articulista Jefferson Saavedra[1], chamou a atenção a divulgação de uma brilhante ação institucional do Poder Executivo contra os alagamentos, a chamada “rota de fugas das águas”.
A idéia cintilante dos Comissários é divulgar aos motoristas,  pedestres e moradores, roteiros para escapar dos alagamentos, a chamada “via alternativa para fugir de regiões alagadiças”.
É uma espécie de manual dizendo:morador da Rua W, região de alagamentos no Bairro Santo Antônio, pegue a Rua X e o entroncamento da Rua Y para chegar em casa, comprar pão, ir ao Supermercado....
Qual é a utilidade disto? Será que os comissários não imaginam a existência de locais- que historicamente sofrem com inundações- nos quais o deslocamento só pode ser feito através de barcos ou veículos de porte, como caminhões e ônibus, em períodos de chuvas fortes?
Estamos falando de ruas onde pessoas ficam ilhadas temporariamente. Ninguém entra e ninguém sai, como se observa na foto abaixo obtida em dezembro de 2011, na Rua Guia Lopes.

E o que dizer das regiões em que o índice de permeabilidade é quase zero-trocando em miúdos- levam 3h, 6h , ás vezes 12h para a água baixar.
Se o Poder Público sabe exatamente, a nominata de ruas e regiões alagadiças de Joinville, porque insiste em  autorizar a construção nestas áreas, gerando adensamento e impermeabilização do solo?
Qual o propósito de divulgar rotas alternativas em regiões de alagamentos nos Bairros, se os próprios moradores sabem perfeitamente o itinerário nestes momentos difíceis.
Não seria mais razoável fazer uma campanha, esclarecendo a população acerca da importância de evitar o contato humano com águas pluviais, diante do fantasma da leptospirose?
Não basta por si só o documento oficial denominado de Mancha de Inundação do IPUUJ, divulgado em abril de 2010?.
Recusamo-nos a acreditar que a divulgação deste roteiro venha substituir o enfrentamento do grave problema de alagamentos nos Bairros de Joinville, que demandam a realização de obras de infra-estrutura, limpeza preventiva das bocas de lobo, desassoreamento do Rio Cachoeira e seus tributários.
Mas, quando ocorrer a divulgação da “rota de fuga de águas” teremos uma única certeza : o deboche institucionalizado chegou para ficar.
É o fim...


[1]FUGA DAS ÁGUAS Estão sendo montados pela Prefeitura de Joinville roteiros para tentar escapar dos alagamentos. São rotas alternativas a serem sugeridas para os motoristas usarem quando determinadas ruas alagarem – geralmente são as mesmas. Campanhas vão mostrar por onde dá para escapar da água  Jornal A Noticia, edição 1373, acesso em 17.01.2012,no endereço http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3633766.xml&template=4191.dwt&edition=18798&section=941